sábado, 16 de julho de 2011

O Mistério da Eleição – John Stott

Muitos mistérios cercam a doutrina da eleição, e os teólogos não demonstram sabedoria ao sistematizá-la de forma que não exista mais nenhum enigma, perplexidade ou incompletude. Ao mesmo tempo, em adição aos argumentos desenvolvidos na exposição de Romanos 8.28-30, devemos lembrar-nos de duas verdades.

Primeiro, a eleição não é apenas uma doutrina paulina ou apostólica; ela também foi ensinada por Jesus, que disse: " '... conheço os que escolhi' " (Jo 13.18). Segundo, a eleição é um fundamento indispensável da adoração crista no tempo e na eternidade. Ela é a essência da adoração que se expressa desta forma: "Não a nós, SENHOR, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome..." (Si 115.1).

Se fôssemos responsáveis por nossa própria salvação, quer no todo, quer em parte, seríamos justificados ao cantar nossos próprios louvores e tocar nossa própria trombeta no céu. Mas tal coisa é inconcebível. O povo redimido de Deus passará a eternidade adorando ao Senhor, humilhando-se diante dele em atitude de agradecimento, atribuindo sua salvação a ele e ao Cordeiro, reconhecendo que apenas ele é digno de receber todo louvor, honra e glória. Por quê? Porque nossa salvação é inteiramente atribuída à sua graça, vontade, iniciativa, sabedoria e ao seu poder.








quinta-feira, 14 de julho de 2011

NO REINO DE CRISTO HÁ UM LUGAR PRA VOCÊ!

Esse mês estou relendo o Evangelho de João.

Estava lendo essa semana todo o texto que que fala da Ressurreição, e das suas implicações na vida dos discípulos.

Maria Madalena no túmulo, pergunta ao "jardineiro": "Onde puseste o corpo do Senhor?" Quando ela reconhece que não é o jardineiro e sim o Senhor, ela se rende e diz: "Mestre, meu Mestre".

Então depois de ouvir o Senhor ela sai dizendo a todos os discípulos: "Vive o Senhor"

Logo após, o texto diz, que os discípulos com medo dos Judeus estão em uma casa com as portas fechadas. O texto diz que eles estavam com medo. Jesus então se coloca no meio deles e diz: "Paz seja convosco! assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós."

Tomé, um dos discípulos, não estava no local e quando chega se recusa a crer no que aconteceu. Diz enfaticamente: "Se não colocar meus dedos nas feridas, de forma nenhuma irei crer." Numa outra oportunidade então, Cristo se mostra a Tomé e carinhosamente diz: "Bem aventurados os que creram sem ver!"

Pedro que o negou, está na praia e diz aos outros: "vou pescar!" Tentam a noite inteira sem obter êxito. Já pela manhã, um desconhecido na praia lhes pergunta se pescaram alguma coisa. Diante da negativa, o desconhecido lhes diz para lançar a rede para o outro lado, o que fazem, e já não podem puxar a rede, tamanha é a quantidade de peixes.

João diz: "É o Senhor!" Pedro pula na água e vai ao seu encontro.

Enquanto comem Jesus pergunta a Pedro: "Amas-me mais do que a estes?"

Ele poderia dizer: "Poxa Pedro você falhou feio heim! Logo você rapaz que fez a linda declaração: "Tu é o Cristo, o Filho do Deus vivo!" Logo você, que disse ir até a morte comigo.

Nada disso.

 Ele apenas pergunta: "Amas-me mais do que a estes? E isso por três vezes, o mesmo numero de vezes que Pedro o negou.

Diante das três afirmativas de Pedro Ele diz: "Apascenta as minhas Ovelhas!"


Esse é o perfil de Cristo e do seu Reino. No Reino de Cristo há lugar para todos. Há lugar para os que tem medo de declarar sua fé NEle. Para esses Ele diz: "Paz seja convosco, assim como o Pai me enviou eu vos envio!"

 Há lugar para os que não creram, para os que disseram não. Para os que disseram só vou crer se ele aparecer aqui. Para esses Ele se revela na hora DEle.

E há lugar até para quem nega, que diz que não é mais. Quem acha que não tem mais jeito, que ja chegou ao fundo do poço. Pessoas que passam a ter medo de encarar a vida, que acham que fizeram algo tão grave que não lhes da mais o direito de viver NEle. Para esses a pergunta DEle é uma só: "Tu me Amas?"
Ele não quer saber dos fracassos, dos erros. A pergunta é uma só: "Tu me Amas?"
Se a resposta é sim, Ele apenas te diz: "Continua! Vai em frente."


Ozeias Alves Vimercati






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Por que Deus Não Impediu a Queda

Hermes Fernandes


Eis uma das mais delicadas questões com que se depara a Teologia cristã. Como crentes na soberania divina irrestrita, não podemos supor que a Queda tenha pego Deus de surpresa.


A prova de que Deus não apenas previa a desobediência humana, como a permitiu, e a incluiu em Seu glorioso plano, é que, antes mesmo da fundação do mundo, Ele havia provido um meio de equacionar o problema do pecado. De forma que a Bíblia nos apresenta Cristo como o “Cordeiro que foi morto desde antes da fundação do mundo” (Ap.13:8b).


Não há improvisos no plano arquitetado por Deus. E a prova disso é que Ele já havia feito ampla provisão.


Antes do início da História, um plano foi arquitetado, em que cada evento foi previamente decretado pelo Criador. Em Sua Onisciência, Deus sempre soube com antecedência de todas as coisas. O Deus das Escrituras não deve ser confundido com o “deus” da chamada teologia de processo, que nada sabe quanto o futuro, pois é refém do tempo que ele mesmo criou.


Definitivamente, Deus não é refém do tempo. Ele vive na Eternidade, onde não há passado ou futuro, mas um eterno agora. Todas as coisas estão diante d’Ele concomitantemente. Ele não precisa lançar mão de dados estatísticos, para saber a probabilidade de algo acontecer ou não. Ele simplesmente sabe.


Em Sua sabedoria, Ele decidiu que o homem só conheceria Seu amor e Sua graça, se tropeçasse e caísse de seu estado original.


Agostinho foi feliz ao declarar: “Oh bendita queda, que nos proporcionou tão grande redentor!”. Se não houvesse Queda, não haveria necessidade de Redenção. Se não ocorresse a Ruptura, também não haveria a Convergência em Cristo na Plenitude dos Tempos. Portanto, não haveria cruz; jamais entenderíamos a profundidade do amor de Deus. A graça nos seria um conceito desprovido de qualquer sentido.


Sem a Queda, fatalmente seríamos corrompidos por nossa própria perfeição, como aconteceu com um tal querubim ungido.


Foi melhor sermos humilhados, para ser depois exaltados pela Graça divina, do que nos exaltarmos, e sermos definitivamente derrubados de nossa arrogância.


Tudo estava no plano de Deus. A maneira como cairíamos, e como seríamos reconduzidos à glória.


A serpente não entrou no paraíso por um descuido de Deus.


A provisão de Deus para a reversão da Queda é Cristo. Ele reverteu, através de Sua obediência, o processo desencadeado pelo pecado.


Ele não só zerou nosso débito, mas colocou-nos numa situação de crédito com Deus.


Adão foi tentado no paraíso e caiu. Jesus foi tentado no deserto, e não caiu. Enquanto Adão podia comer de todas as árvores, Jesus, no deserto, não tinha alternativa pra saciar Sua fome, senão transformar pedras em pão. Mas Ele resistiu até o último instante.


Agora, Sua vida justa e santa é creditada em nossa conta, enquanto nossos pecados foram debitados na Sua. “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co.5:21).



Publicado em http://www.genizahvirtual.com/