sábado, 23 de dezembro de 2017

UM MENINO DE RUA



Um menino de rua, de 12 anos, entrou numa sorveteria, sentou-se em uma mesa e perguntou para a garçonete que passava: Quanto custa um sorvete?
– 3,00 – respondeu a moça.
O menino tirou algumas moedas do bolso e começou a contá-las bem devagar para não errar.
Ele havia passado a manhã toda catando latinhas e tinha apurado aquele dinheiro:
– Quanto custa o picolé mais barato?
A essa altura, já havia mais pessoas esperando para serem atendidas, e a garçonete estava perdendo a paciência.
– 2,00 – respondeu ela, de maneira brusca.
O menino, mais uma vez, contou as moedas e disse:  Eu vou querer, então, o picolé de 2,00.
Após alguns minutos, a garçonete trouxe o picolé e a conta, colocou-os na mesa e foi atender outros
clientes.
O menino terminou o picolé, pagou a conta no caixa e saiu.
Quando a garçonete voltou para limpar a mesa, sentiu uma dor profunda no peito e começou a chorar.
Na mesa, o garoto havia deixado 1,00 todo de moedas.
Ele havia escrito em um guardanapo: Esta gorjeta é para a senhora, é pouco, mas é de coração. Deus te abençoe.
Com isso, ela percebeu que o menino tinha pedido o picolé mais barato para que sobrasse uma gorjeta para ela, mesmo ela tendo sido ríspida com o garoto!
Quantas vezes temos a oportunidade de abençoar alguém, sacrificando apenas uma parte do que temos e não o fazemos? Quantas vezes julgamos as pessoas pela aparência, e não pelo seu coração?

O CRISTO QUE CONHECI


1. O Cristo que conheci curou-me da fobia de Deus. Ele ensinou seus discípulos a em vez de se relacionarem com Deus se relacionarem com o Pai.
2. O Cristo que conheci salvou-me da religião. Ele ensinou seus discípulos a tomarem cuidado com o que padres e pastores ensinam, pois frequentemente eles põe na boca de Deus o que Deus jamais falou.
3. O Cristo que conheci livrou-me de tornar-me um conservador. Ele ensinou seus discípulos a verem o caráter socialmente construído de grande parte dos costumes e valores morais. Ele manda tirar a burca, rasgar o véu, depor o monarca, relativizar dias sagrados e mandar para o inferno o mundo que os homens construíram para si mesmos e, entretanto, dentro do qual eles não conseguem viver. Há um lado visivelmente anárquico na sua mensagem. O cristão percebe a caretice e, em não poucas ocasiões, oculta sua liberdade para não escandalizar pessoas.
4. O Cristo que conheci preservou-me de me tornar progressista. Ele ensinou seus discípulos a amar, e deixar o amor definir tanto o que deve ser conservado quanto o que deve ser desconstruído. Muitas vezes acontece de ser chamado de "ruptura com as normas relativas da sociedade" o que o amor condena.
5. O Cristo que conheci convenceu-me do cuidado providencial divino. Ele ensinou seus discípulos a crerem num Deus que cuida dos lírios do campo, dos pardais e que tem contados os fios de cabelo do seus amados servos. O Deus de Cristo é um Rei que reina. Governa em amor, sabedoria e justiça o universo.
6. O Cristo que conheci fez-me forte na batalha. Ele ensinou seus discípulos a não temerem os que podem matar o corpo mas não podem matar a alma. Com Ele, nos superamos, saltamos muralhas, derrubamos gigantes, encaramos leões e ficamos firmes, no calor da batalha, no nosso posto.
7. O Cristo que conheci mostrou-me o lado obscuro da funcionamento da alma humana, tornando-me realista e modesto quanto às aspirações dos modelos de sociedade que criamos. Ele ajudou os seus discípulos a terem contato com a escuridão do coração dos homens. Marx falou sobre os interesse econômicos que a tudo contaminam. Freud ressaltou a repressão sexual como fonte tanto de neuroses, quanto do funcionamento de muito do que é considerado racional. Cristo foi além: falou sobre o ser humano como transformado em inimigo de Deus; o que o tornou amante de si mesmo, propenso à mentira e ao egoísmo; vivendo, sendo assim, em estado de perene desassossego.
8. O Cristo que conheci levou-me a ser defensor dos direitos humanos. Ele ensinou os seus discípulos a gritarem onde houver ser humano sendo explorado pelo patrão, sofrendo abuso de poder e tendo seus direitos civis, sociais e políticos desrespeitados.
9. O Cristo que conheci conduziu-me a sentir compaixão pelo necessitado. Ele ensinou os seus discípulos a socorrerem os famintos, os refugiados, os desempregados, os enlutados, os doentes. Todos os despossuídos foram criados à imagem do seu Criador, Ele ressaltou. Esse é o principal fundamento da luta política cristã.
10. O Cristo que conheci fez-me aguardar novos céus e nova terra. Ele ensinou os seus discípulos a crerem na vitória da vida sobre a morte, do poder de Deus sobre o túmulo, da harmonia final sobre a entropia completa, da justiça divina sobre a capacidade dos canalhas de a todos ludibriarem, da cidade de Deus sobre a cidade dos homens.
Ano que vem farei 35 anos de estrada com Cristo. Com 20 anos de idade o ouvi dizer, "segue-me". Segui-lo significa ir após alguém que sempre será objeto de controvérsia, perseguição e ódio. Não é à toa que foi entregue pela religião às autoridades públicas a fim de morrer como um condenado político.
Nesses anos de relacionamento com Ele, aprendi que segui-lo é andar no fio da navalha. Mas, apesar das extenuantes consequências éticas desse caminhar ao seu lado, não saberia o que fazer da minha vida se não tivesse a Ele -por quem meu encanto e amor são crescentes.
Por isso, nesses dias em que celebramos o nascimento de Cristo, -nos quais deixamos de ver Deus revelado através de um monte em chamas a fim de vê-lo mamando no peito de Maria-, peço que você o siga, tornando-se discípulo dele.
Feliz Natal.

Rev. Antonio Carlos Costa
Teólogo e fundador da ONG Rio de Paz

Retirado da página do autor

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

FRIEDRICH NIETZCHE: ORAÇÃO AO DEUS DESCONHECIDO




Antes de prosseguir no meu caminho
E lançar o meu olhar para frente
Uma vez mais elevo, só, minhas mãos a Ti,
Na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas do meu coração,
Tenho dedicado altares festivos,
Para que em cada momento
Tua voz me possa chamar.
 Sobre esses altares está gravada em fogo
Esta palavra: “ao Deus desconhecido”
Eu sou teu, embora até o presente
Me tenha associado aos sacrílegos.
Eu sou teu, não obstante os laços
Me puxarem para o abismo.
Mesmo querendo fugir
Sinto-me forçado a servi-Te.
Eu quero Te conhecer, ó Desconhecido!
Tu que que me penetras a alma
E qual turbilhão invades minha vida.
Tu, o Incompreensível, meu Semelhante.
Quero Te conhecer e a Ti servir.
Friedrich Nietzsche (1844-1900) em Lyrisches und Spruchhaftes (1858-1888). O texto em alemão pode ser encontrado em Die schönsten Gedichte von Friederich Nietzsche, Diogenes Taschenbuch, Zürich 2000, 11-12 ou em F.Nietzsche, Gedichte, Diogenes Verlag, Zurich 1994.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

ESPERA NO SENHOR! ELE CUIDA DE NÓS!

Os dias vem e vão.

As coisas mudam. Na verdade parece que tudo está em constante mudança.

Aquilo que queríamos ontem, muitas vezes já não nos desperta interesse hoje.

Estamos no mundo da tecnologia, o mundo que tudo é pra ontem.

Esperar já não faz parte de nosso dicionário e não é um verbo que gostamos de conjugar.

Pra nós, homens e mulheres desse tempo a resposta deve ser sim ou não e se possível sempre 'sim'. Esperar, jamais.

A palavra de Deus nos orienta:

Espere no Senhor. Seja forte! Coragem! Espere no Senhor.
Salmos 27:14

Esperar em Deus faz parte da vida do cristão.

A Bíblia também diz:

E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.
Romanos 5:5

Temos um Deus que tem prazer em cuidar de nós seus filhos, mas muitas vezes Ele nos faz esperar e esperar com paciência.

Quando esperamos em Deus, depositamos NEle a nossa confiança e fé, dizendo eu sei que o Senhor tem o tempo certo para todas as coisas.

Ele cuida de nós meus amados!

Paz e bem!

Espere no Senhor!

Deus cuida de nós!!!