quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CARTA DO APÓSTOLO PAULO AOS EFESIOS - CAP. 1




Por Ariovaldo Ramos
http://ariovaldoramosblog.blogspot.com

Capítulo 1
Nada como saber

1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus:

Nada como saber quem é. Nada como saber com quem fala. Jesus revela a identidade estabelecida por Deus.

Apóstolo é missionário. Santo é gente com dedicação exclusiva. Fiel é quem vive pelo que acredita.

Nada como saber que a gente o é não pelo que faz, mas pelo lugar em que está. Estar em Jesus, o Ungido para nos salvar, é ser tornado gente com dedicação exclusiva a Deus, e gente que tem o que crê, o que fazer, e que não se enxerga mais de outra forma.

2 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

Nada como saber o que Deus tem para nós: favor que a gente não merece e paz que a gente sabe, mas não compreende.

Nada como saber que Jesus, o Ungido, onde estamos, manda em tudo e tudo pode.

3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo;

Nada como saber que tudo o que a gente precisa, para ter identidade plena, nos foi dado em Jesus, não porque a gente fez por merecer, mas porque a gente foi posto no lugar certo, ou melhor, na pessoa certa.

É como relacionamento: a gente não ama o perfeito, ama o que invadiu o nosso coração, todo relacionamento é afetivo, mesmo quando não parece, tratamos todos a partir do lugar que ele ocupa em nosso coração, mesmo o absolutamente estranho, pois, ainda que como conceito, ele ocupa um lugar em nossa afeição: respeitar é ter afeição, ainda que mínima, pelo com quem nos relacionamos, ainda que seja pelo que a pessoa significa.

Nada como saber que estamos no lugar da afeição plena de Jesus. Isto é que faz toda a diferença em nós, e que nos faz totalmente diferentes.
Essa foi o favor que Deus, o Pai de Jesus Cristo, em quem estamos e de quem somos. Falemos bem de Deus, como os serafins que Isaías viu e descreveu no capítulo 6 de seu livro.

4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;

Nada como saber que quem está ou estará no Cristo, já estava antes! E já estava para ser! E foi colocado no Cristo para ter identidade. Para ser reconhecido, por ele, como gente totalmente dedicada a ele, e, em quem, ele não teria o que censurar, por causa da forma como amaria. Caímos, nos perdemos, mas não fomos perdidos.

Ser gente totalmente dedicada a ele é ser gente que ama como ele ama, sem considerar a presença, ou a ausência de mérito na pessoa amada, e, mais, onde amor é afeição, de tal monta, que, necessariamente, inclui o sacrifício pelo ser amado.

5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,

Nada como saber que estávamos para vir a ser, e para um relacionamento familiar. Deus nos quis como filhos, antes que o quiséssemos como Pai. E somos filhos de quem sempre quis ser nosso Pai.

6 para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado;

Nada como saber que Deus nos vê como o prémio que o seu favor a nós conquistou para ele. Favor que nos foi trazido, independentemente de nossos méritos, por aquele que agora amamos.

7 em quem temos a redenção pelo seu sangue, a redenção dos nossos delitos, segundo as riquezas da sua graça,

Nada como saber que todas as possibilidades do favor do Pai, foram manifestas na redenção que o Cristo nos proporcionou. Tudo o que a gente é e fez de errado, demonstrava que Deus havia perdido a gente, mas o favor, que Deus nos fez, à custa do ato do Ungido, foi o de nos adquirir de novo para ele.

Nada como saber que o Cristo é a encarnação do favor do Pai.

8 que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência,

Nada como saber que todos os movimentos do Cristo, todo o seu percurso para chegar e para fazer o que veio para fazer, principalmente, no que tange a forma como o Ungido veio: como homem humilde, faz parte de um plano executado com a sabedoria que sabe o melhor momento para cada ação, e a ação para cada momento.

Nada como saber que Deus respeitou o arbítrio sem perder o propósito.

9 fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs

Nada como saber o que Deus quer, e que, Deus, o quer por prazer! Deus age por um prazer que quis ter.

10 para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra,

Nada como saber que o prazer do Pai, é, no seu devido tempo, fazer com tudo o que exista tenha o Ungido como seu centro, e propósito, e senhor.

11 nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade,

Nada como saber, que estar no Cristo é ser o que o Pai vai receber por direito, e que fomos, antes de sermos, antes de existirmos, destinados para ser a herança que o Pai receberia, e que isso era o propósito do Pai, e que, para isso, o Pai nos pôs no Cristo, antes de tudo, e que assim é porque o Pai decidiu que assim seria. Antes de tudo o Pai decidiu que seríamos dele: os que estão e os que estarão no Cristo, no Ungido.

12 com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo;

Os judeus foram os primeiros, como etnia, a receber esse conhecimento, e entender a sua identidade e propósito.

13 no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa,

Os não judeus, à medida que ouvem as boas notícias da salvação, e crêem, recebem a mesma consciência de sua identidade e propósito, e o que o demonstra é o fato de receberem o mesmo derramamento, que os judeus, como etnia, receberam no Pentecostes, o batismo do Espírito Santo.

14 o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória.

Nada como saber, que a presença do Espírito Santo em nós é a certeza de que, também, estávamos no Cristo desde antes da fundação do mundo, e que receberemos a mesma herança prometida aos judeus, e a herança que receberemos é o privilégio de ser parte da herança que o Pai receberá, como prémio por sua bondade


Isso é comunidade!

15 Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé que entre vós há no Senhor Jesus e do vosso amor para com todos os santos,

Bom ter uma fé, em Jesus, que dá o que falar: fé que acredita que ele resolveu tudo o que tinha de ser resolvido com o Pai. Assim, não há bruxas a caçar, não há culpados para punir, tudo está resolvido, então, é correr para o abraço, qualquer débito com Deus já está pago, agora é a mutualidade em ajudar que cada um chegue à estatura do Filho.

Fé que acredita que Jesus está no controle do Universo, sustentando tudo (Hb 1.3), daí não há maldição que atrapalhe.

Bom ter um amor mútuo que dá o que falar: onde a comunhão impera, isso começa por só falar o bem, um do outro, e cresce até um estar pronto para sacrificar-se pelo outro. É fruto dessa fé: tudo está resolvido com Deus, logo, tudo está resolvido entre nós, somos unidade de novo, e, como tal, devemos viver.

Isso é comunidade!

16 não cesso de dar graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,

Bom ser uma comunidade por quem só há o que agradecer. Uma comunidade que entendeu o que é ser Igreja.

Isso é comunidade!

17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele;

Bom ser uma comunidade a quem o Pai dá espírito de sabedoria, não é o surgimento de muitos sábios, é uma comunidade de sabedoria, por ser uma comunidade cujo relacionamento a torna em condições de compreender melhor como Deus, a Trindade, vive.

E a comunidade vai aprendendo com a Trindade, por revelação, como se vive em comunidade.

Isso é comunidade!

18 sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos,

Bom saber para onde estamos caminhando como comunidade, e que é em comunidade que caminhamos, que caminhamos para ser tudo o que Deus queria que fossemos como unidade humana, como humanidade, e como isso é extremamente rico.

Bom, que isso é fruto de expansão da afeição, não é saber mais, por saber, é saber mais para gostar mais e para incluir mais o outro.

É a construção da nova identidade, a identidade que define uma pessoa e uma comunidade como cristã.

Uma identidade onde a ética é estética, isto é, o que leva alguém ou, a comunidade, a fazer ou não, seja o que for, é se é amável ou não. E o ser humano é sempre amável.

Isso é comunidade!

19 e qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,

Bom saber quão grande é o poder que ele pôs à nossa disposição; por crermos em Jesus, e para saber isso, basta ver como esse poder agiu...

20 que operou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus,

Boa ação desse poder: ressuscitou ao Cristo!

Bom que esse poder colocou no poder aquele que sabe o que é sacrifício, pois, foi ao Cristo que deu autoridade sobre tudo e todos: estar assentado à direita, não é estar num espaço geográfico, é ter recebido autoridade sobre tudo: a Trindade governa por meio do Cristo.

Bom! Só quem sabe o que é esvaziar-se deve ocupar o poder.

Que comunidade... Essa! Sobre quem atua o poder que ressuscita o desprezado, e empodera o que se sacrifica!

21 muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro;

Bom! Tudo é tudo mesmo: no espaço, nas dimensões física e metafísica, no tempo e fora do tempo!

22 e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja,

Bom que tudo está debaixo dos pés daquele que não esmaga e que, portanto, não deixa esmagar.

Bom esse jeito de governar: A Trindade governa através do Cristo e o Cristo governa através da Igreja: a comunidade da inclusão, da afeição e do empoderamento do que serve à custas da própria vida!

Bom... O governo do Cristo se dá pelo amor; pelo perdão; pela restauração do ser humano, em todos os seus relacionamentos; pela intercessão e pelo serviço!

Isso é comunidade em ação pelo governo do Cristo!

23 que é o seu corpo, o complemento daquele que cumpre tudo em todas as coisas.

Bom que essa comunidade complementa aquele que está sobre tudo: ele continua a agir a partir do seu esvaziamento, embora esteja pleno de toda a sua glória.

Bom que adoração não é o mero desfilar de elogios, mas o ministrar serviço àqueles a quem o governador, que se sacrificou, quer libertar; às sociedades, às quais, o governador quer resgatar do competição para a solidariedade; às nações, às quais, o governador quer ver desenvolvendo políticas públicas que resgatem o faminto, o sedento, o desabrigado, o segregado, o enfermo e o emprisionado.

Bom que essa comunidade o complementa, não por que nele falte algo, mas, porque a Trindade decidiu governar através dela, de modo que história e os atos humanos, finalmente, ganhem sentido.

Assim é que se ora pela comunidade da fé, e assim deve orar, por fé, a comunidade!
Isso que é comunidade! Essa comunidade prova que a humanidade é amada por Deus!

Nenhum comentário:

Postar um comentário