quinta-feira, 1 de março de 2012

QUANDO ME PERGUNTAM SE SOU EVANGÉLICO

Nasci num lar cristão. Desde pequeno acompanhei meus pais à igreja. Fui criado na Assembléia de Deus.
Quando criança, na escola, sempre me perguntavam você é crente. Naquele tempo o termo era crente.
Às vezes tinha vergonha de responder a essa pergunta, pois para mim, criado em uma igreja conservadora e naquela idade, ser crente significava não poder fazer nada do que meus colegas faziam. Mas mesmo assim quando perguntado, respondia que sim. E foi assim de pequeno até adolescente.

Aos 14 anos fui eleito vice-presidente dos jovens de minha igreja. Agora pesava sobre mim uma responsabilidade maior, tinha que ser exemplo.

Fiquei na Assembléia de Deus até os 20 anos e nessa época já não me importava mais em dizer que era crente.

Aos 20 anos me transferir para a igreja congregacional. Morando em uma cidade pequena, muitos diziam que eu tinha me desviado. 

Uma das primeiras escolas dominicais eu fui de boné e de camiseta, quando cheguei em casa e disse que tinha vindo da igreja, meus pais ficaram horrorizados.

Na igreja congregacional vivi um tempo muito bom. Era uma igreja bem apegada à palavra, se bem, que o neopentecostalismo já estava rondando. Mais naquela época a igreja ainda era bem firmada nas suas convicções.

Agora a pergunta era se eu era evangélico. o termo havia mudado, assim como o tempo. O evangélico já era visto diferente. Nessa época dizia que sim, com todas as letras, sou evangélico.

Em 1998 fui eleito diácono na igreja congregacional de Paulo de Frontin e em 1999 na igreja congregacional de Juiz de Fora. Em 2000 fui eleito presbítero na igreja de Juiz de fora e em 2002, já de volta pra minha cidade, fui eleito presbítero na igreja de Paulo de Frontin. Fiquei lá até o fim de 2005. 

Durante todo esse tempo me entreguei de corpo e alma. Pregava umas três ou quatro vezes por semana. Dava aula em classes de escola bíblica.

E sempre estava lá a pergunta: "Você é evangélico?"

Em 2005 decidi sair de minha igreja. entreguei todos os cargos que tinha e não sabia se aquele romper era pra sempre ou não.

Em 2005 depois de 7 ou 8 anos que não tinha mais notícias do Rev. Caio Fábio, encontrei o seu site.
À medida que comecei a ler o site minha vida começou a mudar. Algumas perguntas começaram a ter respostas pra mim. Daquele tempo em diante passei a frequentar o site toda a semana. Vi o começo do movimento Tempo da Graça e me senti inserido nele em todo o tempo.

Nessa época escrevi para o Caio e fui respondido carinhosamente pelo Marcelo Quintela. O Marcelo me falou de sua vida, de sua saída da IPB. Foi abençoador o seu email.

A pergunta continuava: "Você é evangélico?"

Nesta época então já respondia diferente. Minha resposta vinha com uma pergunta: "O que você entende por evangélico?"

Se por evangélico você entende alguém que frequenta uma igreja evangélica assiduamente, então eu não sou evangélico.
Mas se por evangélico, você entende, uma pessoa que conheceu o Evangelho, que é a boa notícia de Deus aos homens e procura viver com sua consciência Nele, então sim, sou evangélico;

Se por evangélico você entende alguém que defende tudo aquilo que se fala em nome do evangelho e que não pode dizer nada contra pois está tocando no ungido de Deus, então não sou mais evangélico. 
Mas se por evangélico, você entende, uma pessoa que tem consciência da verdade, e por isso não pode se calar e está totalmente enganjado na defesa do Evangelho, então, sim, sou evangélico;

Se por evangélico você entende alguém que só conhece seus irmãos em Cristo na comunidade evangélica, então não sou evangélico.
Mas se evangélico é alguém que sabe que Jesus chamou ladrões, prostitutas e outras classes de pessoas desprezadas pela religião de filhos de Abraão,  então vê que Deus tem filhos em todo o lugar, então sim, sou evangélico;


Se por evangélico você entende alguém que é dizimista, ofertante, que faz desafios, então não, não mesmo, não sou evangélico.
Mais se por evangélico você entende alguém que procura repartir, que procura sentir a dor daqueles que necessitam, que procura estender a mão, então sim, sou evangélico.


Se por evangélico você conhece uma pessoa por apenas dizer que é evangélica, então não sou evangélico, não mais.
Mais se por evangélico você entende alguém que na vida demonstra com amor, amizade e serviço, o que Jesus é, então sim, serei sempre evangélico!

Sim serei sempre evangélico, se por evangelho você entender alguém que procura seguir o Evangelho. Esse Evangelho tem um nome, seu nome é Jesus.

Então se ser evangélico é ser seguidor de Jesus, serei evangélico para todo o sempre.

Mas se ser evangélico é estar ligado à exploração que se faz em nome de Cristo, se é não concordar, mais também não abrir a boca, então, não sou mais. Estou fora.

O discipulado de Jesus é radical. Uma vez que o sigo não posso seguir a mais ninguém, não posso ser discípulo de mais ninguém!

Então se ser evangélico é ser discípulo apenas do Mestre, sim, serei sempre evangélico, e anunciarei a cada dia da minha vida que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo.

Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação, pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação.     2Corintios 5: 17-19

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