sábado, 31 de março de 2012

DOMINGO DE RAMOS


… cortavam ramos das árvores, espalhando-os pela estrada.
E as multidões clamavam: Hosana aoFilho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas. (Mc 11.8-10)
No texto acima, pelo caminho, o povo exclamava:
Hosana! Que quer dizer, Salva-nos Agora!, ou ainda, Ajuda-nos! Socorre-nos! Este era o clamor do povo que veio ao encontro de Jesus, cercando-o por trás e por diante, às portas de Jerusalém. Para o evangelista São João o motivo principal desta aclamação é que a notícia da ressurreição de Lázaro teria chegado a Jerusalém antes de Jesus. Por isso, o povo, cansado de uma vida onde a morte ronda ao derredor, clamava a Jesus: Salva-nos já!
Há semelhanças com a entrada de Judas Macabeus na cidade de Jerusalém, nos tempo da retomada do poder das mãos do domínio das dinastias gregas. Ele também entrou pela cidade, montado num cavalo de batalha, o povo cortando os ramos para cobrir-lhe o caminho e cantando Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Sendo que, em seguida, reabriu o templo e purificou-o dos sacrifícios de animais imundos ali feitos pelos gregos.
Talvez o povo tivesse na mente esta imagem. Seria o momento de expulsar os romanos e purificar a vida devocional do povo. Por isso, aprontaram a procissão de coroamento de Jesus, refazendo o mesmo trajeto dos Macabeus, a Festa dos Tabernáculos. O povo queria que, como descendente do Rei Davi (filho de Davi), o Senhor Jesus retomasse o poder. Ele deveria expulsar os dominadores que transformaram a vida em cheiro de morte.
Jesus, porém, que nunca aceitou dominar ninguém, entra por Jerusalém, aceita a aclamação, só que não entra montado num cavalo de guerra, mas num animal de carga. Se era a intenção de Jesus entrar para dominar, isso não se daria pela força do braço de guerra, mas pelo serviço, pela humildade. Reina o Senhor pela humildade (o que para este mundo é um contra censo).
A Igreja deve manifestar sua presença neste mundo pela mesma atitude humilde do Seu único Senhor! Não pode ela desprezar os sentimentos do povo, mas aceita-los, ainda que não tão corretos, para dar-lhe um verdadeiro sentido cristão. Para isso deve a Igreja, em humildade e serviço, apresentar um outro modo de se arrumar a casa, não pela força, mas pelo trabalho, pela humildade, pelo amor.
Ven.Rev. Carlos Alberto Chaves Fernandes+, ofa

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